quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Angústias nossas de cada dia

Um dos filhinhos do pastor sofreu um grave acidente doméstico. Uma mesa de vidro quebrou-se e cortou-o em várias partes do corpo. Pastor e esposa correram para o hospital. Lá chegando – palavras do pastor – “Deus foi tão bom que, naquele momento, havia um cirurgião de CTI que atendeu prontamente o menino”.
As perguntas que me angustiam são:
1. Se Deus foi bom quando providenciou o médico, foi mau quando deixou o menino cortar-se todo?
2. Por que Deus deixou o menino cortar-se para, depois, providenciar o socorro?
3. Se o pastor pudesse prever o acidente, com certeza não permitiria que ele acontecesse. Afinal, o pastor ama o seu filho e, quem ama, protege. Mas... considerando que Deus é um pai que nos ama infinitamente mais que todos os outros pais, por que é que ele não se antecipou e impediu que um filhinho seu se cortasse todo?
4. Será que Deus quer que nós cuidemos de nós mesmos e, por causa disso, ele não intervém?
5. Se afirmativo, seria heresia admitir que assim como Deus não impediu o acidente, também não providenciou o médico?
Essa angústia não é nova e se alguém tiver uma palavra de Deus para mim, vai me fazer bem.
PAULO.

5 comentários:

João D'Arc disse...

Meu amigo Paulo,

Seu questionamento é muito interessante. Confesso que muitas vezes já me peguei pensando sobre estas coisas.

Acredito que as coisas acontecem com todo mundo. Acidentes, tragédias e doenças sobrevêm sobre todo ser humano independente de raça, cor, sexo, idade, religião e fé. Não considero os cristãos melhores do que ninguém. Estive conversando com uma pessoa a respeito dessas coisas e disse-lhe: “não creio que Deus tenha alguma coisa a ver com as angústias e sofrimentos que sobre nós cai”. Ela não concordou comigo e me contou sua experiência com seu filho, que havia torcido o braço quando criança e no caminho do hospital, já com os olhos cheios de lágrimas, orava a Deus pedindo que tudo fosse resolvido. Chegando ao hospital não tinha médico que pudesse atender o menino. Neste momento ela orava ainda com mais fé, pedindo a Deus uma solução, e então, quando tudo parecia dar errado, eis que apareceu um enfermeiro de uma ambulância que, sensibilizado com a situação da criança e da mãe, disse conhecer um médico que estava descansando e que poderia ajudá-los. E assim foi. O médico os atendeu e resolveu o problema do menino e a angústia da mãe. Ela não é crente. É espírita e atribuiu isso a Deus.

Não é o que eu penso. Se assim fosse, por que Deus responderia a oração de umas pessoas e de outras não? Será que Deus faz acepção de pessoas? A-prendemos na bíblia que não é assim. Nos momentos de sofrimento todos clamam a Deus pedindo o seu cuidado e socorro. E acredito, baseado naquilo que pregamos sobre o amor infinito que Deus tem pelo ser humano, que ele atenderia a oração de todos, e não só de alguns privilegiados. Portanto, não creio na intervenção de Deus propriamente na doença ou problema que alguém possua. Eu creio num Deus que capacitou o homem a resolver os seus próprios problemas. Deus nos deu sabedoria para aprender a medicina e aplicá-la para o bem do ser humano. Eu creio sim, no consolo de Deus sobre nossas vidas. Ele nos dá forças para superar todo o mal que nos afeta.

Há pouco tempo perdi meu tio num acidente “bobo”. Parece-me que ele morreu por falta de atendimento médico. Ele não tinha plano de saúde e os hospitais por onde ele passou nada fizeram. Minha pergunta é: por que Deus não interveio assim mesmo, sem o auxílio dos médicos? Será que Deus precisa dos médicos para intervir na vida de alguém? E o médico, ele não estudou para isso? O que geralmente se pensa é que se o médico cura, foi Deus quem curou, se não, foi Deus quem não quis. Não consigo compactuar com este pensamento.

Finalizo dizendo que em nossa fé dizemos que Deus veio ao mundo para sal-var nossas almas, pelo menos é assim que nós batistas pensamos. Ele não tem obrigação alguma de resolver nossos problemas. Como ele mesmo falou a Paulo, “a minha graça te basta”. Esta é a maior dádiva que podemos ter. Quanto aos problemas da vida, temos que aprender a superá-los.

Flavio disse...

Para pensar: "Só sabemos com exatidão quando sabemos pouco; à medida que vamos adquirindo conhecimentos, instala-se a dúvida." (Goethe)

Mere disse...

Tô preferindo saber pouco!!!!! rs

Anônimo disse...

Amigo PAulo,
A única coisa que devemos é buscar a Deus acima de qualquer coisa,pois as demais coisas vão ser acrescentada.Então eu creio que Deus responde a oração daquele que colocar fé somente nele,o que ganhamos questionando estas coisas,dúvida teremos sempre,pra que perder tempo .Devemos ler mas a biblia com isso teremos resposta quanto as dúvidas chegar!!!!!

PAULO disse...

John Stott, considerado uma das mais expressivas vozes da Igreja Evangélica contemporânea, escreveu um livro intitulado: "Crer é também pensar". Infelizmente, a impressão que se tem lendo o blogger é que, para alguns freqüentadores, pensar é heresia. E por falar em pensar, gostaria que o sr. anônimo, que não é meu amigo porque os meus amigos mostram a cara, e que recomendou que eu lesse mais a Bíblia, demonstrando ser (ou querendo ser) um exímio conhecedor dela, que parasse de tergiversar e respondesse as perguntas feitas, se possível, usando-a.